quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

... palavras que tocam


Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

sábado, 24 de fevereiro de 2007

tirem-me...


Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa,
tirem-me as encostas do Douro,
o Tejo e o Alentejo,
tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos da parede.

Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista,
tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul,
tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.

Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara,
tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos,
tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.

Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor,
ou o bacalhau com todos a nadar em azeite,
serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

... Agua y sal



Agua de nieve, en tus ojos de cielo
yo quería ser la flor que acaricia tu pelo
mucho quería, pero más pudo el miedo
hoy no hay golpe de timón que desate el enredo.

Agua y sal, agua y sal
como el agua del mar
que se va entre los dedos.

Poco dormía pero mucho soñaba
fuiste la mejor manera de empezar la mañana
fueron semanas o tal ves fueron días
nos hicimos sonreir con aquella alegría.

Agua y sal, agua y sal
como el agua del mar
que se va entre los dedos

Pude estar equivocado,
pude tener la razón
pero tuve un acorde de la mejor canción
el sonido de tu corazón.

Quedan rumores como gotas de un río
queda el eco de tu voz que atraviesa el olvido
mucho quemaba pero más pudo el frío
ya no hay golpe de timón que desate este lío

Agua y sal, agua y sal
como el agua del mar
que se va entre los dedos

Pude estar equivocado,
pude tener la razón
pero tuve un acorde de la mejor canción
el sonido de tu corazón

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

... de mini férias..

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Pela Mariana... eu voto SIM!!

"Tinha 15 anos, faria 16 no dia seguinte...mas não chegou lá. Pelo menos não com vida.Morreu sozinha numa rua de Évora. Esvaiu-se em sangue. Sozinha.Estávamos em Janeiro...já passaram mais de 30 anos mas parece que foi ontem.Éramos amigas desde miúdas, andávamos na mesma turma e estávamos sempre prontas para nos apoiarmos uma à outra, sobretudo quando as coisas envolviam uma partida pregada a algum professor.Era o nosso primeiro ano longe uma da outra. Ela ficou no Alentejo e eu vim estudar para Queluz.Ela conheceu alguém que nunca devia ter conhecido. Ela deixou de ser uma jovem alegre de longos cabelos pretos e passou a ser um brinquedo nas mãos de alguém que usava as mulheres a seu bel-prazer. Na altura ninguém se lembrou que ela era menor e ele um homem feito e já com filhos. Se alguém se lembrou não achou importante fazer qualquer coisa para colocar um ponto final na situação. Deixou andar. Calou e consentiu.Um dia na véspera de completar 16 anos apareceu morta numa rua de Évora.Tinha ido fazer um aborto. Sem qualquer tipo de segurança. Numa casa qualquer de uma mulher qualquer sem escrúpulos.Ficou toda destruída por dentro...Foi atirada para uma rua escura num fim de tarde de Janeiro...E ali encontrou a morte...sozinha porque quem a levou não tinha um pingo de moral nem de consciência e fugiu. Deixou que a morte chegasse e ela estivesse ali deitada numa rua escura e fria...sozinha.Não lhe deram mais um dia para fazer 16 anos.

A Nanita, era assim que os amigos a tratavam, morreu como têm morrido tantas meninas e mulheres neste país...às mãos de gente sem escrúpulos que se têm enchido de dinheiro à custa da desgraça dos outros.Para que nunca mais nenhuma Nanita morra sozinha numa rua fria e escura de uma qualquer cidade deste País...eu voto SIM!!P.S. -Esta não é uma estória de ficção...esta é uma história bem real, demasiado real e dolorosa para a família e amigos da Nanita. Aconteceu há mais de 30 anos...mas podia ter sido hoje.

Adenda: A minha filha perguntou-me porque escrevi "estória" e não "história"...eis a explicação para quem tenha a mesma dúvida.
Estória é um
neologismo proposto por João Ribeiro em 1919, para designar, no campo do folclore, a narrativa popular, o conto tradicional.Alguns consideram o termo arcaico, mas ele difere claramente de "História", pelo primeiro ser algo inventado e o segundo algo verídico.O termo acabou por não ter uma aceitação generalizada, uma vez que pode ser feita a distinção entre "história " (com caixa baixa ou minúscula) e "História" (com caixa alta ou maiúscula). O primeiro termo significa narrativa, ficção e o segundo refere-se à ciência que estuda o Homem no tempo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"

Texto de Aldina Leitão