domingo, 29 de abril de 2007
censurada pelo governo americano
Texto do rodapé: “2863 pessoas morreram. 824 milhões de crianças passam fome em todo o mundo. O mundo uniu-se contra o terrorismo. Já se deveria ter unido contra a fome”.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
...continuando o tema anteiror, é importante frisar que:
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele
Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante
Há amor de inverno
Amor de verao
Amor que rouba
Como um ladrão
Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado
Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue, bem quente
Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado
Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso
Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada, mas nada
Te faz contente, me faz contente
Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido
Há amor eterno
Sem nunca, talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Há amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
é amor,
Sem amor
O amor é tudo,
Tudo isto
E nada disto
Para tanta gente
É acabar de maneira igual
E recomecar
Um amor diferente
Sempre, para sempre
Para sempre
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segunda-feira, 23 de abril de 2007
O último romântico….
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Miguel Esteves Cardoso in Expresso
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Não é nada
Não é nada.
Aliás, não é nada, não. Não posso dizer que não é nada. Se não fosse nada, não falava disso, não pensava nisso. Não é nada, não. Só que não sei que seja.
Não é nada como o que senti por ti no Passado; mas, vendo bem... também não és tu. É outra pessoa, totalmente diferente de ti. Ou pelo menos diferente de ti o suficiente para não me magoar - não do modo que tu me magoaste.
Mas não é nada, não; não é nada comparado com tudo o que vivi contigo. E tudo isso é o que me faz hoje ter medo de deixar esse nada transformar-se em algo - e perder o controlo de mim, do meu mundo meticulosamente organizado e perfeito na sua mediania dourada.
Não, não é nada. Não é mesmo nada. Não pode ser.
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sexta-feira, 13 de abril de 2007
Senhas...
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
Eu compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto do bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem…
domingo, 8 de abril de 2007
300
Apontado por muitos por falta de rigor histórico o filme com cerca de duas horas de duração relata a Batalha das Termópilas, no ano 480 a.C., quando três centenas de soldados espartanos, liderados pelo rei Leónidas (interpretado pelo escocês Gerard Butler), conseguiu travar o imponente exército persa (até dois milhões de soldados), conduzido pelo rei Xerxes (Rodrigo Santoro). Apesar de aniquilados, os espartanos permitiram a reorganização das tropas gregas e, no fundo, a salvação de Atenas e da sua democracia.
Um filme “duro” que me surpreendeu (muito) pela positiva!!!
quinta-feira, 5 de abril de 2007
M80 rádio
Já começaram as emissões regulares da nova estação da Media Capital Radios, a M80, que vem ocupar o lugar que ficou vago com a mudança do RCP.
Igual, em quase tudo, à homóloga espanhola do grupo PRISA, a M80 incluirá grandes êxitos da música das décadas de 70, 80 e 90.
Com emissores em Lisboa, Porto, Coimbra e Santarém, resta-nos agora (a nós alentejanos) que se lembrem que também temos saudades das músicas do velhinho RCP! – Falo por mim!!
Até lá, vale a pena ouvir pela net em www.m80.clix.pt