quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Aquarela

Numa folha qualquer
eu desenho um Sol amarelo
E com 5 ou 6 rectas é fácil fazer um castelo
Com o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com 2 riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu

Vai voando contornando a imensa curva
Norte e Sul
Vou com ela viajando
Havai, Pequim ou Istambul

Pinto um barco à vela
branco navengando
é tanto o céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião
rosa grená
tudo em volta colorindo
com as suas luzes a piscar

Basta imaginar
e ele está partindo sereno e lindo
Se a gente quiser
ele vai pousar

Numa folha qualquer
eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos
bebendo de bem com a vida

De uma América à outra
eu consigo passar num segundo
giro um simples compasso
e num círculo em faço o mundo

Um menino caminha
e caminhando chega no muro
E ali logo em frente
a esperar pela gente
o futuro está

E o futuro é uma astronave
que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
muda a nossa vida
e depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe
conhecer ou ver
o que virá
o fim dela ninguém sabe
bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela
que um dia em fim...descolorirá

Numa folha qualquer
eu desenho um Sol amarelo (que descolorirá)

E com 5 ou 6 rectas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)

Giro um simples compasso
num círculo eu faço o mundo (que descolorirá)


2 comentários:

Anónimo disse...

Quem ama esta musica, quem é?!
Espero que na folha do nosso destino estejam sempre bons desenhos, com traços de alegria e muita cor a mistura...

Beijo

Ni

Anónimo disse...

OBRIGADO.fazer uma viagem ao meu tempo de infância, hoje neste presente, faz-me bem. Sabe bem existir essas susceptilidades. sabe bem existirem pessoas tao sensiveis como tu. que nao demonstram no dia-a-dia. é mais fácil assim, não é?
e depois o palhaço,foi com o pai natal ao circo.e perderam as cores todas.obrigado PELAS cores da tua aquarela. e o teu olhar.